julianasantacatarina2

 
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Bilard 8 - 2009

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6 lat 58 dni temu

VINGANÇA

Dizem que se vingar dá uma sensação agradável, que a vingança é doce, traz consolo, segurança, que há até um componente erótico em sua consumação. Eu sigo achando que lutar por justiça é um dever, mas se vingar é tosco. Só é aceitável quando o destino é que se vinga por nós, sem que a gente suje as mãos. Há que se confiar na providência divina.

Martha Medeiros, crônica VingançaA imagem pode conter: texto


FARO DE MULHER

Mulher tem faro, não se contenta com a embalagem. É bem mais comum ver uma mulher linda acompanhada de um homem aparentemente sem graça do que o contrário. Não é (só) porque a concorrência é implacável e nos contentamos com o que sobra. 

É porque mulher tem raio-X: consegue olhar o que se esconde lá dentro. Se além de um belo coração e um cérebro em atividade ele ainda for apetecível, é lucro. 

Pena que a recíproca raramente seja verdadeira. Economizaríamos fortunas em cabeleireiros e academias se os homens fossem direto ao que interessa, na alma e no espírito, para os quais não adianta maquiagem.’“


tatoo



Existe um argumento clássico contra tatuagens: é definitivo demais. Como saber se daqui a três meses, três anos ou três décadas o desenho escolhido ainda terá um significado especial? Como pode alguém entregar-se de mão beijada à possibilidade de um arrependimento? E quando a pele começar a ficar flácida e enrugada, nosso visual não parecerá um filme de terror? E quando ... Tá, já entendemos.
Quem se faz tantas perguntas deve passar longe de um estúdio de tatoo. E longe de uma maternidade, também, pois ainda não inventaram nada mais definitivo do que filho. Talvez sejam as únicas coisas perenes que restaram no mundo: nossas crias e as marcas que o tempo impõe ao nosso corpo – e as que nos autoimpomos. De resto, nada mais é durável. Tudo é provisório, descartável, tendência de mercado. Vale para a altura do cós das suas calças e o comprimento das mangas da sua blusa. Vale para a cor das paredes onde você mora, o tipo de lugar onde você mora e até com quem você mora: amigos, namorados, maridos e esposas. Estamos todos de passagem e a aventura se renova, se transforma. Como estará sua vida daqui a um ano? Tem certeza?
Sendo desse jeito, eis a reviravolta: o argumento clássico contra as tatuagens tornou-se, agora, um argumento a favor. Finalmente, algo que dura. Que não vai desaparecer da sua vida quando o verão terminar, que nunca estará sujeito a modismos, que irá com você até o fim – nisso uma tatuagem é ainda mais fiel que filhos, esses andarilhos que somem no mundo e só mandam notícia por Skype. A tatuagem gruda em você, esteja você passando por dificuldades financeiras, esteja você bebendo mais do que deveria, esteja você confundindo palavras, tropeçando nos próprios óculos e fazendo todo tipo de besteira. Pensa: tatuagem é praticamente um cachorro, sendo que esse, às vezes, foge. 
A razão dessa crônica: neste exato dia em que escrevo, que não é o mesmo em que você me lê, estou com uma hora marcada num estúdio para fazer minha primeira tatuagem, aproveitando essa onda possante de empoderamento, de juventude esticada, de valorização da experiência e demais movimentos modernos de autoafirmação em que me jogo inteira (mas, neste caso, com as pernas bambas – não tenho nenhum fetiche por agulhas). 
Enquanto você me lê, a data que agendei já passou. Eu fui? Eu fiz? Serei hoje uma mulher marcada a ferro e fogo com um pequeno sol nas costas, bem pertinho da nuca? Ou desmarquei inventando qualquer desculpa e voltei para o buraco onde as ratazanas se refugiam de seus próprios medos? 
Acho que fui, em homenagem à permanência, essa raridade.
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É NATAL

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PRAZER JU

Ju, vem do seu jeito leve de ver a vida. As vezes fofa demais, mas muitas vezes impulsiva. Não mede as palavras para dizer o que sente. Ela abraça o mundo com uma garrafa de vinho, e faz do impossível o seu possível. Tem um jeito peculiar de transformar seus sonhos. O mundo pode está caindo, mas a sua energia contagia quem está a sua volta. Ju é verão, inverno, outono, primavera. Ela é a chuva de verão que vem para apaziguar as mazelas do mundo. Inesperada e pura. Ela tem um olhar penetrante, entra sem pedir licença, e já chega decorando seus sentimentos. Ela não se importa se você tem o carro do ano. O que importa pra ela é quantas histórias ainda virão para contar aos netos. Por muito tempo ela carregou mágoas.... mas hoje ela aprendeu a ser leve e se entregar ao inesperado. Ju é aquela sua amiga valiosa, seu amor transcende a doçura, ela é dura quando tem que ser, e um amor nos seus momentos mais complicados. 
Ser Ju, é ser um equilíbrio entre a fofura e a razão.
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