eu_quero ganh@r
Tolerância
"Apenas a vida de vcs importa?"
Luciana Viegas estava em um quarto de hospital ao lado do filho de três anos, que respirava com a ajuda de um balão de oxigênio — com suspeita de covid-19, depois negada por um teste —, enquanto via no seu celular fotos de amigos em praias e bares.
A professora de educação básica em Várzea Paulista (SP) resolveu desabafar:
"Eu me tranquei durante cinco meses.
Eu não fui ao mercado durante quase dois meses.
Eu não fiz festa, eu não participei de festa.
Cinco meses com duas crianças full time, sobrecarga, choro no portão querendo passear na rua.
"Segurando firme", escreveu ela em 6 de setembro, em um tuíte que acabou viralizando.
"A gente se cuidou, se preservou.
A gente deixou de ver uma pá de gente.
Mas para vocês tá suave, né? (...)
Só não venha me dizer que você está preocupado.
Porque vocês não estão.
Não ligam para a vida de ninguém.
Apenas a vida de vocês importa."
Vamos de ..... (senta que a história é longa)
Um sábio mestre e seu discípulo andavam pelo interior do país há muitos dias e procuravam um lugar para descansar durante a noite.
Avistaram, então, um casebre no alto de uma colina e resolveram pedir abrigo àquela noite.
Ao chegarem ao casebre, eles foram recebidos pelo dono, um senhor maltrapilho e cansado.
Ele os convidou a entrar e apresentou-os à sua esposa e seus três filhos.
Durante o jantar, o discípulo percebeu que a comida era escassa até mesmo para somente os quatro membros da família e ficou penalizado com a situação.
Olhando para aqueles rostos cansados e subnutridos, perguntou ao dono como eles se sustentavam.
O senhor respondeu:
– Está vendo àquela vaca lá fora? Dela tiramos o leite que consumimos e fazemos queijo. O pouco de leite que sobra, trocamos por outras mercadorias na cidade. Ela é nossa fonte de renda e de vida. Conseguimos viver com o que ela nos fornece.
O discípulo olhou para o mestre que jantava de cabeça baixa e terminou de jantar em silêncio.
Pela manhã, o mestre e seu discípulo levantaram antes que a família acordasse e preparavam-se para ir embora quando o discípulo disse:
– Mestre, como nós podemos ajudar essa pobre família a sair dessa situação de miséria?
O mestre então falou:
– Quer ajudar essa família? Pegue a vaca deles e empurre precipício abaixo.
O discípulo espantado falou:
– Mas a vaca é a única fonte de renda da família, se a matarmos eles ficarão mais miseráveis e morrerão de fome!
O mestre calmamente repetiu a ordem:
– Pegue a vaca e empurre-a para o precipício.
O discípulo indignado seguiu as ordens do mestre e jogou a vaca precipício abaixo e a matou.
Alguns anos mais tarde, o discípulo ainda sentia remorso pelo que havia feito e decidiu abandonar seu mestre e visitar àquela família.
Voltando a região, avistou de longe a colina onde ficava o casebre, e olhou espantado para uma bela casa que havia em seu lugar.
– De certo, após a morte da vaca, ficaram tão pobres e desesperados que tiveram que vender a propriedade para alguém mais rico. – pensou o discípulo.
Aproximou-se da casa e, entrando pelo portão, viu um criado e lhe perguntou:
– Você sabe para onde foi à família que vivia no casebre que havia aqui?
– Sim, claro! Eles ainda moram aqui, estão ali nos jardins. – disse o criado, apontando para frente da casa.
O discípulo caminhou na direção da casa e pôde ver um senhor altivo, brincando com três jovens bonitos e uma linda mulher. A família que estava ali não lembrava em nada os miseráveis que conhecera tempos atrás.
Quando o senhor avistou o discípulo, reconheceu-o de imediato e o convidou para entrar em sua casa.
O discípulo quis saber como tudo havia mudado tanto desde a última vez que os viu.
O senhor, então, falou:
– Depois daquela noite que vocês estiveram aqui, nossa vaquinha caiu no precipício e morreu. Como não tínhamos mais nossa fonte de renda e sustento, fomos obrigados a procurar outras formas de sobreviver.
Descobrimos muitas outras formas de ganhar dinheiro e desenvolvemos habilidades que nem sabíamos que éramos capazes de fazer.
E continuou:
– Perder aquela vaquinha foi horrível, mas aprendemos a não sermos acomodados e conformados com a situação que estávamos. Às vezes precisamos perder para ganhar mais adiante.
Só então o discípulo entendeu a profundidade do que o seu ex-mestre o havia ordenado fazer.
Conclusão:
"Às vezes precisamos perder para ganhar mais adiante" ....