Dormimos em um mundo e acordamos em outro.
De repente a Disney não tem mais magia, Paris já não é mais romântica e quem
tem boca não pode mais ir a Roma.
Em Nova York todos dormem e a muralha da China não é Fortaleza.
De repente, não mais que de repente, abraços e beijos tornam-se armas, e não visitar
os pais e avós torna-se um ato de amor.
De repente se descobriu que o poder não tem tanto valor e que o dinheiro não tem
tanto poder.
De repente os combustíveis baixaram, a poluição diminuiu, as pessoas passaram a ter tempo, tanto tempo que nem sabem o que fazer com ele, os pais estão com os filhos
em família, o trabalho deixou de ser prioritário, as viagens e o lazer também.
De repente silenciosamente voltamo-nos para dentro de nós próprios e entendemos o
valor da solidariedade.
Num instante damos conta que estamos todos no mesmo barco, ricos e pobres, que as
prateleiras dos supermercados estão vazias, os hospitais cheios, que o dinheiro e os
seguros de saúde que o dinheiro pagava não tem nenhuma importância, porque os
hospitais privados passam a ser os primeiros a fechar por excesso de demanda.
Nas garagens ou nos parqueamentos estão parados igualmente os carros top de linha
ou ferros velhos antigos, simplesmente porque ninguém pode sair.
Bastaram meia dúzia de dias para que o UNIVERSO estabelecesse a igualdade social que
se dizia ser impossível de repor no mundo atual.
O MEDO invadiu muita gente!!!
Que ao menos isto sirva para nos darmos conta da vulnerabilidade do ser humano, do quão pequeno somos.